
Não faz muito tempo, a Marvel revolucionou o modo de contar histórias em quadrinhos dentro do cinema. Quando lançou o primeiro filme da franquia Homem de Ferro, além de mostrar o super-herói e contar sua origem, ainda fez leves referências a outras histórias de outros super-heróis, como se tudo acontecesse ao mesmo tempo, no mesmo universo. Isso, claro, estimulou a imaginação dos fãs, que ficavam ansiosos para conhecer as outras partes da história. Seguindo a sequência, agora é a vez do poderoso Thor(Thor, 2011, EUA) ganhar seu filme.
Na trama, Thor é o filho primogênito de Odin, o mais poderoso dos Deuses, e irmão de Loki, o ser mais astuto do universo. Herdeiro natural ao trono, Thor se vê enfurecido com a interrupção da cerimonia que o coroaria como rei pela invasão e quebra do pacto dos Gigantes do Gelo, eternos inimigos de Asgard. Sem o consentimento de Odin, Thor que costuma usar mais a força do que o intelecto decide por conta própria ir até o planeta dos Gigantes e declarar guerra. Não é preciso dizer que sua atitude petulante é desaprovada por seu pai, que o deserda do trono, tira seus poderes e o manda direto a Midgard, ou Terra.
As histórias de Thor e seu martelo Mjolnir são contadas há séculos por gerações. Elas fazem parte da mitologia nórdica que inspirou a trilogia do Senhor dos Anéis e as melhores composições de Richard Wagner. Por aqui ela não é tão conhecida como a grega, mas isso não quer dizer que seja inferior. Talvez com o advento do filme ela passe a ser mais valorizada.
As lendas são contadas nos quadrinhos desde 1963, por ninguém menos que Stan Lee, ele próprio um deus dentro deste mundo. Quem leu os quadrinhos sabe que se trata de uma história rica em detalhes e frases de efeitos, personagens com personalidades complexas e marcantes. A julgar por isso, digamos que o diretor Kenneth Branagh não se saiu bem na tarefa.
No filme, o personagem de Thor é interpretado pelo desconhecido Chris Hemsworth, apropriado ao papel somente pela aparência escandinava, mas sem muito talento como ator. Odin é interpretado por Anthony Hopkins, uma escolha que seria acertada se ele voltasse a atuar como em outros tempos. Além disso, foi uma pena ver o personagem de Loki, interpretado pelo excelente Tom Hiddleston, um dos vilões mais interessantes da mitologia e dos quadrinhos, retratado no filme apenas como um filho revoltado. Com o sucesso de outros filmes e precisando fazer outros tantos em tempo hábil, parece que a Marvel não teve muito tempo para trabalhar a história, deixando tudo acontecendo de forma sorrateira, sem brilho, apenas seguindo o vezo de contar histórias rentáveis.
Por outro lado, o que compensa um pouco estes problemas é a super-produção. As batalhas são épicas, extremamente bem feitas, principalmente para o advento do 3D, mas que nem por isso deixa de ser dispensável. Ou seja, o foco ficou nos efeitos, deixando os diálogos de lado. Prova disso é a patética cena em que a personagem de Natalie Portman corre para seu amado Thor(que conheceu a poucas horas), gritando "Nãooo", após ele receber um golpe do inimigo. Imagine, tudo isso em câmera lenta, difícil de engolir. Mas, para quem não se importa muito com essas coisas e quer ver os heróis na tela, não vai se arrepender. Parece que o filme foi feito para quem não conhece a mitologia e nem o quadrinho.
O próximo filme da Marvel antes de lançar o tão aguardado Vingadores é do herói "mais nacionalista impossível", Capitão América. A partir daí resta saber como unir todas histórias com elementos convincentes. O que um deus tão poderoso como Thor iria fazer com outros heróis, digamos mais humanos, como Tony Stark? Aliás, este é outro problema. Diferente do Homem de Ferro, em que o personagem interpretado por Robert Downey Jr rouba a cena, os demais filmes apenas seguem o protocolo, com atuações de praxe. A plateia vai chiar se ver Downey Jr preterido por outros heróis. O que fazer? Mudar a história? Os fãs dos quadrinhos não vão gostar.
Para encerrar, uma curiosidade e um conselho: os anglo-saxões deram o nome de Thor ao quinto dia da semana, "Thursday" ou "Thor’s day", quinta-feira em inglês. Porventura seja o melhor dia para ver o filme. E por fim, se for ver o filme, lá vai o conselho: não saia do cinema até a tela apagar.
Avaliação: Regular
A Marvel sempre foi assim, ruin de historia e ai se garante nos efeitos especiais...Afinal o grande publico só gosta de ver o basico mesmo nada que faça pensar mto, vendo por esse lado os produtores podem estar com a formula certa...mesmo que certa somente pra vendagem...
ResponderExcluirEu adoro o Quadrinho de Thor. Vi o filme e fiquei com a mesma impressão. Filme feito pra leigo ver.
ResponderExcluirÓtima abordagem, Thiago. Ainda não vi o filme, mas já tinha lido a respeito do destaque aos efeitos, o que não é algo novo nas releituras cinematográficas dos heróis de HQ. Tendo sido Thor um dos meus personagens preferidos de gibi, já tive inicialmente uma pequena decepção com o visual: no filme Thor tem barba, o que não ocorre no gibi. Para quem conheceu o herói apenas nos quadrinhos, é um pequeno choque: não parece o mesmo. Grande abraço. Alex
ResponderExcluir\o eu tava na critica XDXDXD... eu eu!!! =P
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