
No dia 20, última sexta, a banda RPM fez apresentação do primeiro show da turnê "Elektra" no CredcardHall, em São Paulo. E nós da Capital da Arte aproveitamos para bater um papo com o Paulo Ricardo, vocalista da banda, sobre a volta, os planos e o futuro do Brasil.
Confira abaixo, com exclusividade:
Capital da Arte – Paulo, qual o sentimento de vocês em relação a este retorno? Dá pra comparar com o retorno de 2001?
Paulo Ricardo: Estamos nos sentindo como uma banda em início de carreira, a mesma energia, o mesmo entusiasmo, apenas com mais experiência. A grande diferença de 2001 é que agora temos todo um novo trabalho de estúdio, com 12 músicas inéditas.
Capital da Arte - Como você vê o fenômeno que é a banda. Apesar de um hiato de praticamente 20 anos sem lançar um disco de inéditas, o fãs parecem não se incomodar, todo frenesi permanece intocável, e já no lançamento da primeira música “Dois Olhos Verdes” vocês estão no topo novamente. Qual explicação deste fenômeno?
Paulo Ricardo: Poderia levantar algumas hipóteses mas a verdade é que não sabemos também. Apenas procuramos fazer, sempre, o melhor, e quando não estamos 100% dedicados à banda, preferimos focar em outros projetos. Então o público sabe que, quando estamos de volta, é pra valer.
Capital da Arte – Dá pra perceber pelas 4 músicas disponíveis no site que o estilo está diferente. Houve uma influência de algum trabalho específico? Algumas pessoas da imprensa falaram em “The Killers” e “Muse”, bandas que se destacam no cenário internacional.
Paulo Ricardo: Não diria diferente, mas atualizado. Há muitas bandas hoje com influências dos anos 80, e nós obviamente representamos muito bem esta sonoridade no Brasil. Nossa maior referência foi, realmente, RPM.
Capital da Arte – Eu, particularmente, gostei muito da música “Muito Tudo”, uma letra muito bem escrita, com uma crítica belíssima dos nossos tempos, lembra muito “Alvorada Voraz”. No refrão você fala “que queria mudar o mundo, mas sente que o as vezes o mundo te muda”. Em relação a geração dos anos 80, vocês tentaram mudar o Brasil, mas você sente também que o Brasil mudou vocês?
Paulo Ricardo: Não só o Brasil mas a própria vida. Todos evoluímos, amadurecemos, nos surpreendemos e nos decepcionamos com os acontecimentos. E com o tempo, aprendemos a conviver com nossas limitações e aquela sensação que bate de vez em quando de que, como disse John Lennon, o sonho acabou. Mas o importante é olhar para a frente e continuar produzindo.
Capital da Arte – A juventude se via muito representanda pela banda, as músicas eram como um hino, principalmente “Revoluções por Minuto”, censurada na época, e “Alvorada Voraz”. Hoje, a juventude se sente carente, como disse o profeta Humberto Gessinger, “é uma banda numa propaganda de refrigerantes”. Por que não temos mais pessoas assim? Foi o contexto histórico? A ditadura? O tropicalismo? Milton Nascimento e Chico?
Paulo Ricardo: O contexto histórico, sem dúvida. Mas sempre vão existir grandes artistas e bandas em propaganda de refrigerantes. É só procurar.
Capital da Arte - O que os fãs podem esperar das próximas músicas?
Paulo Ricardo: Canções dançantes, vibrantes, eletrônicas e muito rock moderno, com letras cínicas e crônicas do nosso tempo.
Capital da Arte – Quais serão os planos para os próximos meses? Quando teremos o album de inéditas na integra?
Paulo Ricardo: Estamos em turnê, percorrendo o Brasil todo, lançaremos mais 4 canções em junho e o álbum completo, Elektra, em julho. E dia 20 de agosto estaremos ao vivo no Criança Esperança da Rede Globo.
Capital da Arte – Para encerrar, o que você espera do Brasil para próximos anos? Muita festa e pouco conteúdo?
Paulo Ricardo: Há um crescimento desordenado, falta de infraestrutura e de educação, há vagas mas faltam profissionais qualificados, enfim, o caos de sempre, mas, diferentemente de outros tempos, há um crescimento, que deve ser aproveitado da melhor maneira possível. Sou otimista.
Matéria publicada em parceria com o Jornal da Cidade. Todos direitos reservados.
O Paulo continua maravilhoso. As respostas foram ótimas. Dá pra ver que a banda está muito madura. Tomara que eles fiquem juntos pra sempre...
ResponderExcluirmuito boa a entrevista.
ResponderExcluirsó é dificil de ler branco no fundo preto. fico zureta!
Verdade, prometo que em breve teremos um novo visual....
ResponderExcluirAbs