
Existem determinados filmes em Hollywood que funcionam como uma espécie de subgênero, lançados em datas estrategicamente comerciais como o Natal. São teoricamente precisos, já que não precisam de muito esforço para serem divulgados, basta o ensejo. Entretanto, a julgar pelo conteúdo, a maioria repete a mesma história. Pois agora a maior indústria de cinema resolveu testar mais uma data: a páscoa.
Estréia nesta quarta-feira Hop – Rebeldes sem Páscoa (Hop, 2011, EUA), um filme que se pretende fofo as crianças e instrutivo para os pais. Realizado numa mistura de animação live-action, o filme conta a história dos coelhos da Páscoa, que vivem numa terra distante cuidando dos nossos queridos ovos de chocolate. E diferente do que todos pensam, eles não botam os ovos, eles os fabricam. Junior, que seria o herdeiro natural, não quer saber de suceder o pai no trabalho, apenas de seguir seu sonho de tocar numa banda de rock. E após uma discussão com o velho, foge do mundo dos coelhos e vai para o mundo dos homens.
Do outro lado da história, Fred, interpretado por James Marsden(o Cyclope de X-men), também se encontra numa situação parecida com a de Junior, que pressionado pelo pai a conseguir um emprego, sai de casa. O caminho dos dois se cruza, quando Fred quase atropela o pobre coelhinho. E daí começa uma série de clichês que já conhecemos. Os dois se assustam, os dois se odeiam, passam a páscoa longe da família, tem uma aventura juntos e depois se tornam inseparáveis. É a velha história do conflito entre os filhos que não escutam os pais e dos pais que não compreendem os filhos, mas que no fim tudo se resolve.
O argumento do filme é fraco, o que surpreende o desempenho nas bilheterias americanas, sendo o filme que teve a melhor abertura do ano faturando 38 milhões de dólares somente no primeiro final de semana. Nada mal para um filme que custou aproximadamente 63 milhões de dólares.
O diretor do filme, Tim Hill, fez outros trabalhos de animação como “Alvin e os Esquilos” e “Garfield 2”, sem também encantar. Hop decepciona justamente por ser lançado na época em que os filmes de animação mais crescem, tanto por sua qualidade, cada vez mais impressionantes, como também pela capacidade de criar grandes histórias. No entanto, a Pixar ainda detém o segredo, a julgar pelo desempenho de suas franquias como Toy Story, que somente no último filme ultrapassou a marca de 1 bilhão de dólares nas bilheterias mundiais. E qual seria o segredo? Não importa quanto dinheiro seja gasto ou qual ator ou diretor esteja no projeto, todo filme precisa de uma boa história. Isso é básico.
Não se surpreenda se nas próximas Páscoas, a tradição de não comer carne acrescente o filme do coelhinho. A televisão tem dificuldade de ajustar a programação que geralmente encontra filmes bíblicos, algo difícil para as crianças.
A julgar por estes e outros filmes de datas comemorativas, é melhor passar longe dos cinemas. O dia em que lançarem despretensiosamente um filme relacionado à Páscoa ou de outra data comemorativa durante um mês qualquer, talvez seja um sinal de que há alguma coisa a mais do que uma mera oportunidade.
Avaliação: Ruim
Adorrooo Páscoa. Achei tão fofinho o coelinho. Acho que vou abrir uma exceção e não seguir seu conselho...
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